segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O Rei do Caldo de Mocotó

Nova postagem + Fonte "Georgia" + Fotos "Nonô, Rei do caldo de Mocotó".

Estou fazendo um curso cuja carga horária não é das mais agradáveis: de segunda a quinta, das 18h30 às 21h. O bacana mesmo é o fato de a escola se localizar no centrão de BH, o que faz meu cérebro ativar as mais diversas lembranças da região durante o meu trajeto de ida e volta.

Numa dessas não resisti, e, após uns bons 8 anos sem passar por lá, encarei a experiência antropológica de parar no Nonô, o Rei do caldo de mocotó (o da Amazonas, crássico), e me deliciar com os papos de bebum, as guloseimas super saudáveis e o banheiro mais asséptico do universo. Detalhe - o único banheiro do estabelecimento tem grafado "ELE" na porta. Já dá para se ter uma idéia do nível... E tudo isso em uma segundona insana.

De cara vejo a plaquinha: "Abrimos às 6h de segunda, fechamos às 18h de domingo. Funcionamos 24h". Adoro este tipo de disposição. Me lembro de uma vez, em 1998, ter parado lá, por volta das 00h, para tomar um caldo de mocotó. A lembrança flui perfeitamente: eu, Saulo e Tiago Gontijo saímos a pé do Santo Agostinho, próximo ao colégio Villa Lobos, em direção à rodoviária. Na época estávamos de passagens compradas para assistir aos shows do Blind Guardian em Santo André (o que rende um post bem extenso). E deixamos de ir de ônibus exatamente para economizarmos as passagens e saciarmos nossos vermes abdominais com o suculento caldo (não soou legal isso) do Nonô.

O Nonô possui um título invejável, até certo ponto: o de ser, por nove anos consecutivos, o estabelecimento no Brasil a deter o recorde de vendas da Caracu 300ml.


Passado o frisson pelo recorde de vendas da cerveja preferida dos que mastigam abelhas, vamos ao que interessa: o Nonô é e foi realmente conhecido pelo caldo de mocotó. O caldo forte leva, ainda fervendo, dois ou mais ovos de codorna (cruzinhos). O ovo adicional sai por R$ 0,20. E a opinião do pseudo-gourmet aqui não poderia faltar: sinceramente, é um caldo bem meia-boca. Mas os fortes que mastigam abelha que me digam: quem em BH produz com tanta confiança litros e litros diários de caldo de mocotó? Só mesmo a filial (existe mais alguma???) do próprio Nonô, na rua dos Tupis, praticamente em frente ao tradicional endereço.

Sinceramente, o mocotó fatiado em gomos gordos, acompanhado de suculento pirão, que eu aprendi na Bahia e, modéstia parte, aprimorei muito, é infinitamente mais saboroso. Mas sério, o meu não tem aquela "sujeirinha" crássica dos botecos do centrão de BH que fazem transbordar um sabor quase ritualístico e fundamental para os seus fiéis seguidores. Aliás, se investisse mais no atendimento, banheiros e, principalmente, na apresentação do prato e dos outros petiscos, o Nonô até poderia, mesmo já falecido, pleitear uma vaguinha no afamado e famigerado Comida de Buteco.

Mas sério, quem precisa de apresentação melhor do que esta:



Na foto é possível ver minha caneca de caldo, já pela metade, meus copos lagoinha, quase vazios: um de Seleta e o outro de Brahma. Na parte de cima da estufa temos ovos cozidos, um salgado que não me lembro e, na parte inferior, pedaços suculentos de toucinho frito na gordura mais "light" possível de se imaginar. No momento da foto, um sujeito bem afeiçoado, trajando terno e com cara de adEvogado, traçava sem dó dois nacos desse toucinho. Confesso: só de olhar fiquei com calafrios. Mas tudo isso faz parte do clima do Nonô, visita indispensável a qualquer turista mais empolgado com o ritual butequeiro de raiz de BH.

Nonô, tu me deves uma gruja pelo merchan.

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HEADSHOTS pseudo-acadêmicos